A primeira vista, o autismo é citado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), como um transtorno caracterizado pelo comprometimento na comunicação verbal e não verbal, além da defasagem nas habilidades sociais, apresentando interesses fixos e restritos. Considerado um transtorno do neurodesenvolvimento, o autismo afeta diversas habilidades que se mostram em atraso. Por vezes os pais sentem-se confusos de qual profissional é responsável pelo diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Por se tratar de uma síndrome complexa, ainda não existem exames específicos com marcadores biológicos que possam por si só, realizar o diagnóstico do autismo.
Como se faz o diagnóstico para o autismo?
Nesse sentido, no Brasil o diagnóstico é realizado oficialmente, levando em conta os critérios do CID-11 que é a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. No entanto, também são considerados para reconhecimento, dados clínicos baseados nos critérios diagnósticos do DSM-V. Através de uma série de testes de cunho comportamental, é possível quantificar sinais de atraso no desenvolvimento da pessoa, baseados nos marcadores de desenvolvidos específicos para determinada idade. Os responsáveis legais realizam uma entrevista para avaliação e identificação dos sintomas. Para um diagnóstico aperfeiçoado, a análise das interações sociais, repertório de interesses e comunicação do indivíduo, são importantes peças investigativas. Os profissionais da saúde responsáveis legalmente por fechar o diagnóstico são o neurologista ou um neuropediatra. Todavia, outros profissionais da área de saúde como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, podem participar da obtenção dos dados clínicos para a avaliação.
Quais os achados clínicos observados em uma avaliação diagnóstica?
De acordo com o DSM-5, quatro são as categorias divididas para o diagnóstico do Autismo (A, B, C e D). Facilitando o reconhecimento de possíveis déficits comportamentais pelos profissionais da saúde.
Critério A: Dividido em três subcategorias, relaciona-se à comunicação e interação social.
A1: Existe limitação na correspondência social e emocional, o interesse de partilha é reduzido, assim como a continuidade de diálogos.
A2: Defasagem na comunicação social não-verbal (Contato visual, gestos, linguagem corporal e expressão social).
A3: Dificuldade em iniciar relacionamentos, assim como, ajustar o comportamento socialmente mais aceito para cada contexto.
Critério B: Relativo a rituais e resistência às mudanças:
B1: Uso de objetos, linguagem e movimentos estereotipados, sem uma função social.
B2: Comportamento ritualizado e com resistência a mudanças.
B3: Interesse exacerbado em assuntos ou tópicos específicos.
B4: Desregulação sensorial apresentando hiper ou hipo-reação aos estímulos do ambiente. A busca excessiva ou fuga destes estímulos também pode acontecer.
Critério C: Avalia que os sintomas precisam aparecer já na primeira infância.
Critério D: Analisa o nível de danos que os sintomas dos critérios A e B ocasionaram funcionalmente no indivíduo.
Vantagens do diagnóstico precoce:
Assim, muito se fala nas vantagens de um diagnóstico precoce pela questão da plasticidade cerebral que consiste, em uma maior capacidade de aprendizagem em indivíduos mais jovens. Ou seja, o diagnóstico precoce e o tratamento comportamental imediato, aumentam significativamente as chances de melhora do desenvolvimento geral do indivíduo. A estruturação de um programa comportamental individualizado, ensine ao aprendiz, novas habilidades para adaptação e interação ao meio social, melhorando também o desenvolvimento cognitivo e aquisição da linguagem. Um melhor prognóstico se dá através de terapias regulares com uma equipe multiprofissional especializada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
Em suma, quanto mais precoce o início de tratamento, menores são as chances de os sintomas do autismo estarem consolidados. Logo aumentam-se as chances da pessoa com o transtorno conquistar a sua independência.
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