Sinais do autismo em bebês

O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento e os primeiros sinais do transtorno aparecem já na primeira infância. É conhecido que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta áreas da comunicação e socialização, com comportamentos ritualizados e interesses fixos e restritos. Todavia, antes do surgimento da linguagem ou mesmo das demandas sociais, os pais e cuidadores podem observar alguns comportamentos que indicam atraso no seu desenvolvimento. A conscientização das particularidades comportamentais do autismo, possibilitam um diagnóstico precoce, aumentando as chances de melhor prognóstico, por meio da oferta de tratamento regular com uma equipe multidisciplinar especializada.

 

Sinais autísticos detectados em bebês:

Um dos primeiros sinais detectados como um possível atraso no desenvolvimento é a falta de reciprocidade emocional. Notar indiferença ou mesmo aversão ao contato visual e físico, pouca ou nenhuma interação a respostas faciais, pode ser alguns dos primeiros sinais de alerta para o autismo. Sinalizam alerta, a falta de emissão de sons, assim como, desregulações sensoriais

Reciprocidade emocional limitada:

O sorriso é um comportamento social aprendido por volta dos três meses de vida. Todavia, antes mesmo desta data, normalmente a criança já se interessa por observar o ambiente e as pessoas a sua volta, os seguindo com o olhar. No autismo, o comportamento de imitar não é frequente. Ainda que o bebê ainda não compreenda o que as expressões faciais significam, é natural que sejam esboçados a reprodução destes movimentos já nos primeiros meses. A falta de sorrisos e respostas afetivas, dão aos pais a falsa ideia de que o bebê não está contente. Afetividade reduzida ou mesmo repulsa ao toque é mais um sinal a se estar atento. Crianças pequenas normalmente gostam de beijos, abraços ou de estar no colo. No entanto, na maioria dos casos de autismo, o interesse por contato físico é deficitário.

Desregulação sensorial

Se observa no transtorno hiper ou hipo reação a estímulos sensoriais do ambiente. Crianças que não atendem ao ser chamadas, para o caso de crianças maiores como também, bebês que não se atentam aos sons do ambiente, podem demonstrar uma desregulação sensorial, no entanto comumente é visto pelos pais ou cuidadores como uma possível dificuldade auditiva. 

Escassas tentativas de emissão de sons

A falta de emissão de sons é também analisada. Bebês tentam chamar a atenção com balbucios, gritos ou gemidos, como forma de interação com o meio. No TEA raramente as crianças tentam se comunicar emitindo sons. Movimentos e uso de objetos estereotipados também são percebidos nos primeiros meses de vida no autismo. Olhar insistentemente para o movimento dos dedos das mãos, balançar o corpo em sentido de pêndulo, assim como se atentar fixamente a objetos que giram é um outro indício do transtorno.

O que fazer ao se suspeitar de autismo?

O neuropediatra é o mais indicado para diagnosticar casos de suspeita de atrasos no desenvolvimento. Desta forma será realizada uma entrevista com os responsáveis, assim como, uma avaliação clínica comportamental da criança. O autismo se trata de um transtorno complexo que afeta diversas áreas de cunho social e cognitivo. Não existe ainda um exame com marcadores biológicos que atestam o transtorno. No entanto, a avaliação é clinica, analisando marcadores do desenvolvimento para a faixa etária do indivíduo.

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Diagnóstico precoce e possível prognóstico:

Para os casos de constatação diagnóstica para o Transtorno do Espectro Autista, se aciona uma equipe multidisciplinar com especialização em Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Desta forma se realiza uma avaliação dos marcadores de desenvolvimento da criança e de acordo com este nivelamento, a construção de um repertório individualizado de ensino de habilidades. É importante frisar que aprendemos mais rápido, enquanto mais jovens, pela maior presença de plasticidade cerebral. Ou seja, iniciando as terapias regulares o mais precocemente possível, multiplica as chances de ganhos na comunicação, relacionamento e aumento no repertório de interesse. Por fim, o reconhecimento dos sinais autísticos, e busca por ajuda especializada, proporcionam maiores chances para redução dos déficits comportamentais, resultando maior independência do indivíduo.

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