Seletividade alimentar no autismo

Frequentemente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) exibe uma soma de prejuízos em seu repertório comportamental. Importantes áreas do desenvolvimento como a comunicação e interação social, tornam-se prejudicadas. Comportamentos repetitivos, com interesses fixos e restritos são também comumente relatados no transtorno, exibindo variados graus de manifestação em severidade. Até então o aparecimento do autismo não tem uma definição única para o agente causador, pois este e considerado multifatorial, ou seja fatores biológicos e ambientais (intra uterinos) podem influenciar sua ocorrência.

Comportamentos fixos no TEA

Neste sentido, danos relacionados à aquisição de variabilidade comportamental, evidencia grande acometimento com referência a seletividade alimentar e outros transtornos alimentares. Para se compreender este assunto com maior profundidade, é primordial a consciência dos distúrbios sensoriais e inflexões mentais características do transtorno.

Os exemplos comportamentais mais frequentes associados a este distúrbio alimentar é a “recusa alimentar”. Padrões de respostas regularmente citados na literatura como recusa alimentar estão: virar a cabeça, empurrar ou bater na colher com o alimento, rotacionar a cabeça para os lados, jogar o alimento fora, cuspir o alimento, assim como mantê-lo na boca sem o engolir, hetero ou auto agressão, chorar, tossir, vomitar, entre outros.

Inflexibilidade e seletividade alimentar

Contudo, na seletividade alimentar, o sujeito opta por selecionar os alimentos que serão consumidos e a gama de preferência pode variar ao longo do tempo.

Em outras palavras, autistas podem apresentar um paladar restrito. O distúrbio alimentar tem maior probabilidade de adaptação quando tratado na infância, fazendo com que os diversos contextos sociais envolvidos no ato de alimentar-se, possam ser melhor acatados pelo indivíduo com o transtorno. Caso contrário, o ato de se alimentar, pode se manter cada vez mais limitado, podendo levar à perda de peso e desnutrição.

Além disso, a recusa alimentar pode incluir a negação por fazer refeições em diferentes ambientes do habitual, assim como não aceitar texturas diferentes. Até mesmo  as cores do alimento e como este está disposto no prato, podem influenciar nessa aceitação.

Problemas no processamento sensorial

Analogamente, a condição de prejuízo no processamento sensorial acontece quando o sistema nervoso identifica dificuldade em processar estímulos do ambiente. Tal condição causa desconforto e desorientação ao indivíduo afetado. Fatores que podem influenciar no processamento sensorial incluem: cheiro, visual, tamanho da porção, cor, temperatura e sabores. Os problemas alimentares no Transtorno do Espectro Autista são variados, sendo levados em conta outros fatores além da inflexibilidade mental e os danos no processamento sensorial. Podem estar relacionados à recusa alimentar: déficits no relacionamento social, além de questões médicas mais sérias como alterações anatômicas, anormalidades fisiológicas, disfunções metabólicas e neurológicas.

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Intervenção na seletividade alimentar

Contudo, a apuração detalhada das especificidades do indivíduo e do seu ambiente natural é a melhor atuação para realizar um planejamento para uma boa intervenção.

Os efeitos negativos relacionados à restrição alimentar quando não tratados, influenciam diversos contextos da vida não somente da pessoa com TEA, mas também dos seus familiares.

Dessa forma, a intervenção baseadas em Análise do Comportamento Aplicada é uma das indicações de tratamento de eficácia cientificamente comprovada para esse tipo de condição. Estudos literários na ABA  se dedicam a gerar evidências de que o comportamento do indivíduo, é passível de modificação, frente a tecnologias específicas para a ampliação de repertórios importantes relativos às diversas habilidades referentes ao aprendizado.

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